Tristeza

Tenho uma relação esquisita com escrever ao computador.
Escrevo bem rápido, quase à velocidade do que penso, mas não suficientemente rápido para não me dar preguiça de o fazer.
Gostava de ter uma espécie de aparelho que me leia o cérebro e escreva o que eu estou a pensar.
Era tão mais cómodo.
Assim não, estou preso à velocidade com que os dedos conseguem carregar numas teclas.

Assunto aparte, vou escrever aqui algo sobre a tristeza do Cristiano Ronaldo, para ver se aparece mais gente a ler este blog. Muahahaha.

O Cristiano Ronaldo está triste. E é notícia de telejornal, com direito a debates na televisão, e trinta por uma linha.
Eu gostaria de saber se seria o mesmo se ele disse-se que a razão da sua tristeza é que tem andado obstipado. Ou que apanhou um fungo nos pés no balneário e isso anda a incomodá-lo. Pois se ele é humano e tem direito a estar triste, pois também tem direito a ter dificuldades em fazer cócó, ou em se livrar de uma dor de dentes por exemplo.
As pessoas vivem cada vez mais a tristeza dos outros, e parece que isso se tornou numa droga. E o dealer não é a televisão, somos todos nós. Todos gostamos de dizer um "ai, coitadinho", quando vemos uma notícia sobre uma tristeza aleatória.

Deixemos essa coisa da tristeza em pausa, porque tristezas, como diziam os antigos, não pagam dívidas.

Ironicamente, é triste ter uma dívida tão grande.
E as medidas do governo são bastante tristes.
Mas, lá está, tristezas não pagam dívidas.
E agora?

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